Sentimentos de Solidão devidos à Quarentena por COVID‑19 e a sua Relação com Traços Ansiosos e Empatia

Autores

  • Joana Pereira Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa https://orcid.org/0000-0002-6004-6743
  • Diana Pereira Departamento de Psiquiatria, Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa, Lisboa, Portugal
  • Henrique Santos Departamento de Psiquiatria, Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa, Lisboa, Portugal
  • Ana Sofia Vieira Departamento de Psiquiatria, Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa, Lisboa, Portugal
  • Gonçalo Marinho Departamento de Psiquiatria, Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa, Lisboa, Portugal
  • Maria Luísa Figueira Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal
  • Luís Madeira Centro Hospitalar Lisboa Norte, Lisboa, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.51338/rppsm.292

Palavras-chave:

COVID-19, SARS-CoV-2, Empatia, Solidão, Ansiedade, Isolamento Social, Pandemia, Saúde Mental

Resumo

Introdução: Pretendemos compreender como a solidão e a empatia se relacionam com o período de quarentena/confinamento e explorar a relação entre solidão, empatia e traços ansiosos.

Métodos: Trata‑se de um estudo observacional e transversal, incluindo 364 participantes. Foram distribuídos questionários de auto‑preenchimento em formato online, compostos pelas escalas UCLA Loneliness scale (avaliar a solidão), STAI‑Y (avaliar traços ansiosos) e IRI (avaliar empatia). Recorremos a métodos estatísticos descritivos e inferenciais para a análise estatística dos dados obtidos. Foi considerado estatisticamente significativo um p<0,05.

Resultados: A média na escala IRI foi de 60,46 (±10,88), na UCLA Loneliness scale obtivemos uma media de 32,70 (± 8,11) e na STAI‑Y uma média de 42,01 (± 12,29). Não foi encontrada uma correlação estatisticamente significativa entre empatia e solidão (p>0,05). É de notar que a solidão correlaciona‑se positivamente com os traços ansiosos (p<0,05) e que comorbilidades psiquiátricas estavam associadas a maiores níveis de solidão e de traços ansiosos (p<0,05).

Conclusão: Cremos que a coesão social, a solidariedade e o contacto online tenham tido um papel fundamental na preservação da empatia e na sensação de solidão. O facto de que a solidão possa ser experienciada de forma positiva (como por exemplo, no fortalecimento das relação dentro do agregado familiar) pode ser a razão pela qual esta não esteja estatisticamente correlacionada com a empatia. Por último, a correlação positiva entre traços ansiosos e solidão realça a vulnerabilidade de sujeitos tendencialmente ansiosos, tornando premente a promoção de saúde e bem‑estar mental durante a quarentena/confinamento.

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Publicado

2022-04-06

Como Citar

Pereira, J., Pereira, D., Santos, H., Vieira, A. S., Marinho, G., Figueira, M. L., & Madeira, L. (2022). Sentimentos de Solidão devidos à Quarentena por COVID‑19 e a sua Relação com Traços Ansiosos e Empatia. Revista Portuguesa De Psiquiatria E Saúde Mental, 8(2), 31–36. https://doi.org/10.51338/rppsm.292

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