Psicose inicial: evolução clínica e psicossocial dos doentes em programa especializado, comparativamente ao tratamento habitual

Autores

  • José Nuno Trovão Serviço de Psiquiatria e Saúde Mental do Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho.Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. http://orcid.org/0000-0003-0097-4158
  • João Canha Serviço de Psiquiatria e Saúde Mental do Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho.
  • Leonor Carneiro Serviço de Psiquiatria e Saúde Mental do Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho.
  • Fernanda Castro Serviço de Psiquiatria e Saúde Mental do Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho.
  • Elisabete Ribeiro Serviço Social do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/ Espinho.
  • Sandra Borges Serviço de Psiquiatria da Infância e Adolescência do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/ Espinho.
  • Ana Isabel Marques Serviço de Psiquiatria do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/ Espinho.

DOI:

https://doi.org/10.51338/rppsm.2019.v5.i4.87

Palavras-chave:

Diagnóstico Precoce, Esquizofrenia/diagnóstico, Esquizofrenia/tratamento, Fatores de Tempo, Intervenção Médica Precoce, Perturbações Psicóticas/diagnóstico, Perturbações Psicóticas/tratamento, Prognóstico

Resumo

Introdução: A par dos modelos nacionais e internacionais de intervenção na fase inicial das perturbações psicóticas, teve início, em 2010, um Programa de Intervenção Precoce em Psicose (PIPP) na instituição dos autores. Este proporciona um acompanhamento multidisciplinar intensivo, a doentes nos primeiros cinco anos de apresentação de sintomas psicóticos, visando otimizar a abordagem para que alcancem uma melhor recuperação e evolução. Foi objetivo do presente trabalho avaliar o impacto dessa intervenção especializada sobre a evolução dos doentes em fase inicial de uma perturbação psicótica.

Metodologia: Foi efetuado um estudo retrospetivo de um conjunto de variáveis clínicas e sociais de uma amostra de doentes admitidos consecutivamente no PIPP, desde 2010, por um diagnóstico de psicose com menos de cinco anos de evolução, e acompanhados durante os cinco anos seguintes no programa. Comparativamente, analisámos o comportamento das mesmas variáveis numa amostra histórica de doentes com psicose inicial tratados de forma genérica (N-PIPP), previamente à criação do programa. A análise estatística fez-se com recurso ao programa informático SPSS 22.

Resultados: Comparativamente ao grupo N-PIPP, os doentes do grupo PIPP apresentaram, ao fim de cinco anos, um risco significativamente menor de reinternamento (RR=0,33, p=0,043) e de abandono definitivo do tratamento (RR=0,21, p=0,011); e uma maior probabilidade de ocupação social ou profissional (RR= 1,83, p=0,048). Apresentaram também maior remissão sintomática apesar de não se ter apurado significância estatística nessa associação (RR= 1,33, p=0,184). 

Conclusões: O acompanhamento dos doentes em fase de psicose inicial num programa especializado tem um efeito favorável na sua evolução clínica e social.

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Publicado

2020-01-27

Como Citar

Trovão, J. N., Canha, J., Carneiro, L., Castro, F., Ribeiro, E., Borges, S., & Marques, A. I. (2020). Psicose inicial: evolução clínica e psicossocial dos doentes em programa especializado, comparativamente ao tratamento habitual. Revista Portuguesa De Psiquiatria E Saúde Mental, 5(4), 45–50. https://doi.org/10.51338/rppsm.2019.v5.i4.87

Edição

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